O barulho agonizante da agulha elétrica marcava não só um
desenho na pele de Carla, mas também eternizava o fim de mais um
relacionamento. Eram 6 mal acabados e, com eles, 6 tatuagens. Ela não sabia
exatamente qual era o motivo de cada uma delas estar ligada a cada um de seus
relacionamentos: talvez quisesse abafar a dor do término com uma dor maior....
Carla não era o tipo de mulher comum, mas também não poderia
ser classificada como incomum. Suas tatuagens eram feitas em locais
estrategicamente escondidos, para que apenas ela as vissem sempre, ou um novo
namorado que atravesse a levá-la para
cama. Ela não sabia exatamente qual era o motivo de cada uma delas estar ligada
a cada um de seus relacionamentos: talvez servissem como um aviso para
lembrá-la de como deram errado...
Os desenhos não faziam referência direta a nenhum dos
homens; apenas ela sabia da ligação entre cada um deles. Todo dia, enquanto se
despia para o banho, gostava de observar as marcas em seu corpo com as mãos e
as sentir em seu pensamento. Ela não sabia exatamente qual era o motivo de cada
uma delas estar ligada a cada um de seus relacionamentos: talvez precisasse de
algo “palpável” para sempre se lembrar
de seu passado...
Carla sabia que seria sempre assim. Gostava de tatuagens e
gostava dos homens; não deixaria de seguir sua regra mesmo que suas marcas se
tornassem visíveis a qualquer um, só ela saberia o verdadeiro significado
delas. Mas ainda assim, não sabia exatamente qual era o motivo de cada uma
delas estar ligada a cada um de seus relacionamentos: talvez estivesse
esperando o momento em que a tatuagem fosse apenas no coração...