sábado, 19 de janeiro de 2013

Folhetim



    Por Giovanna Bonato


    Ei, bom amigo, sente-se aqui. É ótimo te encontrar, preciso mesmo gastar minha saliva com um bom entendedor. Conheces Adelaide? Aquela formosa moça com cabelos louros, coxas grossas, que sempre desfila elegantes vestidos de cetim? Pois então, ela anda atormentando meus miolos.
    A conheço há tempos, desde a época do colégio, quando ainda éramos meninos. Iniciamos contato logo de cara, sua boca (ao contrário das outras moças) fala mais bonito que suas pernas... Da gosto perder horas ouvindo suas risadas!
    Acredita que acabei caindo de amores? Eu lhe fazia feliz, amada e ela me concedia todas as minhas vontades e desejos, até que conheci a boemia. Ôh vida boa! Gastei noites e madrugadas com bebedeiras, jogos, falsos amigos e, consequentemente, mulheres. Confesso que gostei, não posso negar. Mas a mamata acabou quando vi Adelaide dando bandas por aí acompanhada de um tal moço de negócios. Oras, o que ela pensava que era?
    Fui puxar a ficha do tal homem e me perdi meio a tantos bens e renda. Me recolhi em minha embriagues e percebi o erro que havia cometido. Perdi minha amada... Moça a qual dedicava todo seu tempo livre para fazer meus caprichos e encher-me de amor, atenção e carinho.
    Dizem as más línguas dessa cidade que Adelaide não quis saber do tal João, que não se envolve com mais ninguém desde a minha partida e só pensa em trabalho. Mas olhe para mim! Tenho meu trabalho, amigos e luxos, mas estou agarrado ao copo de cerveja, sentado nesse botequim, por falta da mão de Adelaide para agarrar.
    Não quero dar fim a esse sentimento, quero mesmo é um final feliz para essa novela. Mas será que Adelaide ainda precisa de mim? Diga, meu amigo, devo ou não descartar essa página de meu folhetim?  

    Música
    

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