terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mil perdões


    A carta chegou como a fala de um filme mudo - você sente falta, mas é completamente desnecessária, e a princípio tais palavras foram mesmo:

    " Querida Alice,

    Eu poderia dizer que nossa história foi bem conturbada, pensei em continuar desaparecido de sua vida, mas não poderia errar dessa forma, portanto essa é uma carta de perdão. Para eu continuar, preciso te perdoar por inúmeras coisas.
    Você sabe que sempre fui uma pessoa sincera, Alice, mas aprendi a mentir por você. Nunca fui homem de uma mulher só, gostava de sair, gostava de me perder pela noite, e em uma delas, achei você. Eu me apaixonei e decidi abandonar minha vida de "conquistador nato" (como você sempre falou). Mas você nunca acreditou em mim... Fazia mil perguntas, perguntas que quem confia não faz. E depois me pedia perdão...
    Você dizia me amar, e dizia muito... Chorava por eu não falar tanto, e depois chorava mais por eu rir da sua bobeira de chorar. E me pedia perdão...
    Comecei a sair mais, a demorar mais, a viver mais e me perder de ti, e você gritava, me ligava, desconfiava. E me pedia perdão...
    Até que comecei a mentir, mentir, te trair, me mentir... E você me pedia perdão...
 Agora resolvi te perdoar por tudo, e, principalmente, te perdoo por te trair.
  De qualquer forma, obrigada por todos os momentos.

                                    Do um dia seu,
                                               Luiz Roberto"
                                                                                                                                             
    Não entendo como ele conseguia ser tão pretensioso, mas de alguma forma, estava aliviada.

         Música
     

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