O bebê repousava sobre o berço enquanto a mãe se arrumava
para mais um encontro. Não que ela fosse o tipo de mulher descuidada,
especialmente em relação ao seu filho, mas já fazia algum tempo desde que o
homem que amava (também pai da criança) a deixara. Precisava viver um novo
romance.
O batom vermelho, os cabelos negros levemente presos, a
maquiagem reforçando seus olhos azuis, anéis, pulseiras... O pequeno menino a
observava com olhos arregalados e inocentes, escondendo toda a dúvida por trás
deles: “Pra onde ela vai?”; “Que horas volta?”; “Por que ela se arruma assim?” “Pra
quem ela se arruma assim?” ...
Nas noites dos finais de semana era sempre assim. E o bebê
não dormia enquanto não sentia o cheiro daquele perfume que agora marcava a
presença da sua tão amada mãe, seguida de um beijo delicado na sua testa e do
som doce de sua voz, cantando aquela música só dele, e isso ele sabia que seria
sempre e somente dele.
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