Lúcia nunca fora o tipo de mulher que se dava bem com relacionamentos duradouros. Talvez seu mais profundo desejo seria que algum desses poucos que teve tivesse dado certo, mas não perdia tempo pensando sobre isso, estava ali para dizer sim às oportunidades que a vida lhe entregava, ainda que durassem uma noite.
A moça nem era assim tão bonita e nem tinha muitas curvas, onde se pudesse percorrer à vontade. Ela entendia mesmo era de charme. Os olhos negros revelavam a sedução necessária a cada conquista, e o sorriso, esse ocultava suas verdades. Lúcia gostava de ouvir: ouvia tantos desabafos à meia luz de um bar no fim da noite, e depois ouvia os gemidos de um sexo bem feito. Sabia ser amada, sabia exaltar, engrandecer, usufruir... E no final, virava a página.
O que não sabia mesmo era quem era ela: será que uma prostituta? Não, ela nunca cobrou para isso... Só recebia alguns presentes em gratidão pela noite anterior. É, talvez Lúcia fosse personagem de um livro que todas as mulheres quisessem escrever... E os homens de ler, é claro!
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