terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Lola


     Nossa história era assim: páginas de um livro cuidadosamente escrito com a caligrafia mais bonita e mais complexa. Porém, tanto esmero sempre foi desnecessário. Você chegava e me arrancava as páginas.
     Não era como um romance que costumava ler nas diversas histórias literárias de meu caminho acadêmico; não era como um filme de Fellini, um soneto de Vinícius ou uma sinfonia de Beethoven. Era você e éramos nós.
     E você chegava com suas páginas, seus livros, suas sinfonias e me fazia não saber nada do que sabia, por ser você, por sermos nós.

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